segunda-feira, 30 de abril de 2012

Estoura a revolução em São Paulo



10 de Julho de 1932. A capital do Estado de São Paulo amanheceu hoje em grande estado de euforia. Os Paulistas, depois de não atendidos em seus pedidos de imediata constitucionalização do país, resolveram pegar em armas para forçar o governo federal a aceitar sua reivindicação.
            Apoiados pelo povo paulista, a elite dirigente e os chefes militares tomaram essa atitude drástica baseados em vários motivos: as constantes interferências de “tenentes” na política interna de São Paulo, a negativa do governo federal em dotar São Paulo de um governador civil e paulista, e os constantes choques armados entre a mocidade paulista e os representantes do governo federal – um deles acabou vitimando em 23 de maio os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, dando origem à associação popular MMDC.
            Em comunicado assinado por Francisco Morato, general Isidoro Dias Lopes, general Bertoldo Klinger e Pedro de Toledo, a Junta Revolucionária declarou estado de guerra contra o governo provisório de Getúlio Vargas. As operações militares estão em andamento, com apoio das forças federais acantonadas nos quartéis de Quitaúna. Os comandantes militares acreditam que terão o controle do Estado ainda hoje. A juventude paulista já faz fila nos postos de alistamento.

Publicado no jornal Folha de São Paulo em 10 de julho de 1932. Retirado do livro “História Ilustrada do Século 20”, 1995.

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