10 de Julho
de 1932. A capital do Estado de São Paulo amanheceu hoje em grande estado de
euforia. Os Paulistas, depois de não atendidos em seus pedidos de imediata
constitucionalização do país, resolveram pegar em armas para forçar o governo federal
a aceitar sua reivindicação.
Apoiados pelo povo paulista, a elite
dirigente e os chefes militares tomaram essa atitude drástica baseados em
vários motivos: as constantes interferências de “tenentes” na política interna
de São Paulo, a negativa do governo federal em dotar São Paulo de um governador
civil e paulista, e os constantes choques armados entre a mocidade paulista e
os representantes do governo federal – um deles acabou vitimando em 23 de maio
os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, dando origem à associação
popular MMDC.
Em
comunicado assinado por Francisco Morato, general Isidoro Dias Lopes, general
Bertoldo Klinger e Pedro de Toledo, a Junta Revolucionária declarou estado de
guerra contra o governo provisório de Getúlio Vargas. As operações militares
estão em andamento, com apoio das forças federais acantonadas nos quartéis de
Quitaúna. Os comandantes militares acreditam que terão o controle do Estado
ainda hoje. A juventude paulista já faz fila nos postos de alistamento.
Publicado no jornal Folha de São Paulo
em 10 de julho de 1932. Retirado do livro “História Ilustrada do Século 20”,
1995.
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