– Data
histórica de grande importância para a memória cívica de São Paulo e do Brasil
A ASSOCIAÇÃO CÍVICA,
CULTURAL E HISTÓRICA DOS CAPACETES DE AÇO DE SÃO VICENTE lembra, neste dia 23
de maio de 2011, a
importância da data para a memória cívica de São Paulo e do Brasil. Em 1932,
quando eram ardentes os ideais patrióticos pela reconstitucionalização do País
e o povo se manifestava nas ruas pela volta do Brasil ao regime democrático,
posto que Getúlio Vargas ocupava ilegalmente a
presidência da República, desde 1930, depois de um golpe de estado, quando
havia sido derrotado pelo paulista Washington Luiz nas eleições presidenciais.
São Paulo,
espezinhado nesse episódio pela deposição do paulista vitorioso nas urnas,
preparou o levante que resultou na Revolução Constitucionalista de 1932 que,
embora esmagada militarmente diante do poderio bélico das forças ditatoriais,
resultou vitoriosa com a instalação da Assembléia Nacional Constituinte, em
1933, e com a promulgação da nova Carta Magna para o Brasil, em 1934, que
devolveu ao nosso País a desejada legalidade constitucional.
23 de maio passou a
ser data consagrada à Juventude Constitucionalista e ao Soldado Constitucionalista, em memória dos quatro
estudantes, Mário
Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade, os quais foram mortos nessa data, num confronto com a
polícia repressiva governista que resistia em armas, quando se manifestavam
contra a ditadura de Getúlio Vargas, nas imediações da Praça da República e Rua
Barão de Itapetininga, no centro da Capital paulista.
Três se encontravam mortos ao
final do confronto, o quarto morreu em virtude dos ferimentos, algum tempo
depois. Um quinto ferido, o estudante Orlando de Oliveira Alvarenga, morreu
cerca de três meses depois e, por este motivo, não teve seu nome associado ao
movimento.
A morte dos quatro estudantes foi o estopim da
revolta paulista contra o governo e a favor de uma Constituição. As iniciais
dos nomes dos quatro estudantes, MMDC, passaram a ser o símbolo da revolta de
São Paulo, que eclodiu no dia 9 de julho e passou para a história com o nome de
Revolução Constitucionalista de 1932, aonde os combatentes lutavam pela
instalação imediata da Assembléia Constituinte e acusavam Getúlio Vargas de
retardar a elaboração da nova Constituição do País, almejando recuperar o poder
legal conquistado nas eleições, usurpado no golpe de 1930.
O movimento MMDC mobilizou cerca de cem mil
homens; a maioria era representante da classe média. Os paulistas se
organizaram em frentes de combate e se posicionaram nas divisas de São Paulo
com Minas Gerais, com o Paraná e no vale do Paraíba. Aguardaram em vão o apoio
de outros estados. No dia 3 de outubro, as tropas paulistas se renderam diante
da superioridade das forças federais.
Em São Paulo, foi construído um monumento em homenagem aos
quatro estudantes. Trata-se do obelisco do Ibirapuera, projetado por Oscar
Niemeyer, que serve de mausoléu para seus corpos. Pode ser avistado da avenida
vinte e três de Maio, que recebeu esse nome como parte da homenagem aos heróis
de 1932.
O dia 23 de maio foi fundamental para os
revolucionários, porque o povo saiu às ruas, para lutar pela Constituição; por
isso, nele se comemora o Dia da Juventude Constitucionalista. Nesse dia,
recordam-se não só a participação dos jovens no movimento, como também os
quatro estudantes vitimados pelos repressores. Em São Paulo, em 9
de julho, MMDC são especialmente honrados no Dia do Soldado Constitucionalista,
festa que ocorre só nesse estado.
A ASSOCIAÇÃO CÍVICA, CULTURAL E HISTÓRICA DOS
CAPACETES DE AÇO DE SÃO VICENTE, com sede administrativa à Rua Onze de Junho,
nº 40 – Sala 01, em
São Vicente/SP, está empenhada na preservação e reverência do
histórico Movimento Constitucionalista de 1932 e concita a todos os cidadãos
brasileiros, especialmente ao jovem estudante de nossa terra, a voltarem-se
sempre para a necessidade fundamental de compreender a importância da luta
cívica continuada pela permanência da legalidade constitucional e pela
manutenção da ordem democrática que proporciona o bem estar comum em nossa Pátria,
fundamento para a solução das desigualdades sociais, para a autonomia dos
Estados brasileiros no regime republicano, e para o desenvolvimento e
independência do Brasil.
Coronel PM Jairo Bonifacio,
Presidente da Associação.