Nascido
em São Vicente, em 11 de abril de 1913, era filho de Ignacio Requejo e de D.
Eulampia Neves Requejo.
Passados
dois dias do início do Movimento Constitucionalista de 1932, foi aberto
alistamento para candidatos voluntários, a fim de servirem no 1º Batalhão da
Liga de Defesa Paulista. Segue de São Paulo em 22 de julho.
Pérsio, que
muito jovem já trabalhava como corretor de café, contrariando o desejo dos
pais, teve que fugir para se alistar. Seus irmãos Homero e Rubens, o primo Luiz
R. Sobrinho e o cunhado Érico já estavam alistados e Pérsio, engajado no
movimento revolucionário, queria acompanhá-los.
Conseguiu
e, após os primeiros exercícios feitos na unidade da Força Pública, foi
incorporado ao 1º Batalhão da Liga de Defesa Paulista sob as ordens do Tenente
Neto e seguiu para o “front”.
Seu primeiro campo de batalha aconteceu em Cunha, visando à retomada desta
cidade que se encontrava em poder das forças ditatoriais. A cidade é retomada
em 16 e 17 de agosto. É promovido a Cabo por ato de bravura. Depois de acirrada
luta (ocasião em que testemunhou a morte de um companheiro de tropa ferido por
bomba) juntamente com outros compatriotas foi feito prisioneiro de guerra.
De Cunha,
esses prisioneiros foram enviados para a Cadeia de Parati, depois para a Casa
de Detenção do Rio de Janeiro, de onde foram posteriormente enviados para Ilha
das Flores e Ilha Grande, onde permaneceram até meados do mês de setembro.
Na Ilha
das Flores, estava também presa a Legião Negra, que
após ter sido feita prisioneira de guerra, teve alguns de seus soldados,
covardemente mortos a tiros.
Nesta
ilha, cercada por arame farpado com choque elétrico, pois tinha a finalidade de
abrigar elementos perigosos, presenciaram jovens soldados idealistas morrerem
eletrificados na tentativa de fuga.
Decorrido este período, os prisioneiros de Ilha Grande foram postos no
navio Denderá e embarcados rumo a Santos, estando eu dentre eles. Chegaram a Santos altas horas da noite, sendo
libertados pela madrugada, sem a presença de nenhuma autoridade militar.
Devido à hora avançada, seguiu direto para sua
residência, motivo pelo qual não se apresentou na Força Pública para
fazer a desincorporação militar.
Esse proceder gerou o fato de não ter recebido promoções
militares pelos serviços prestados. Sempre atuou na linha de frente.
Pérsio foi um dos fundadores da Associação Capacetes de Aço, criada em outubro
de 1957, com o objetivo de preservar a memória dos ex-combatentes. Uma das
principais realizações da Associação foi a construção do Mausoléu do Soldado
Constitucionalista, no Cemitério Municipal de São Vicente para onde será
transladado neste octogésimo aniversário da Revolução Constitucionalista de
1932, data em que reverenciamos o espírito combatente que prevaleceu naquela
época.
Casou-se com a Sra. Clélia Duarte Requejo,
tendo havido dessa união três filhos: Afonso Celso Duarte Requejo, Sarah Lucia
Requejo Amaral e Marina Célia Requejo de Sá.
Faleceu aos 90 anos, em 26 de dezembro de
2003.
Marina Célia Requejo de Sá - filha do citado combatente e 1ª tesoureira da Associação Cívica,
Cultural e História dos Capacetes de Aço de São Vicente.
Palavras da Sra. Marina Célia
Requejo de Sá por ocasião do translado de seu pai para o Mausoléu dos
Ex-combatentes de 1932
Pai
Esta foi sua última viagem, transcurso que o levou ao encontro de seus
familiares, tal como quando se alistou na Revolução de 1932.
Neste mausoléu o aguardam: seus irmãos Homero Requejo e Rubens Neves Requejo,
seu primo Luiz Requejo Sobrinho e seu cunhado Érico Gonçalves Pereira.
Agora ficarão juntos para sempre, nossos heróis.
Descansem em paz, na certeza do dever cívico cumprido, até que um dia possamos
todos nos reunir na eternidade, filhos, netos e amigos, diante do Supremo Herói
– Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.
São Vicente, 8 de julho de 2012
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Cinzas do combatente Persio são transportadas por
soldados com destino ao Mausoléu dos Ex-combantes de 1932.
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